Friday, April 5, 2013

MIGALHAS DE POESIA


                                          MIGALHAS DE POESIA!
(1ª parte)
 
 Prezados leitores:
Estas linhas, fazem parte de um livreto de poesia, recentemente escrito na intenção de o oferecer a todos os leitores que comprassem um exemplar do meu 1º livro intitulado "palavras de um defunto, antes de o ser", numa promoção levada a cabo numa colectividade da nossa comunidade. Mais precisamente no Virgínia Portuguese Community Center, de Manassas.
Posteriormente, decidi publicar aqui no “NOSSO BLOGUE”, para dar a conhecer ao maior nº de pessoas possível, na certeza que o mesmo lhes "aguçará" a curiosidade sobre o conteúdo do referido livro que, conforme já referi noutra mensagem, é composto por 544 páginas com vários episódios cheios de picardia e humor a não perder de lerem. E, se algum dos leitores desejar adquirir um exemplar, ser-lhe-á enviado por correio, sem custo adicional de selo. Para tal, bastará enviarem o vosso endereço, através do meu correio electrónico…”mariotitodoalcaide@gmail.com”
Continuando com o texto o no livreto…”começo por introduzir três versos que, quanto a mim, poderão servir de “guia” para descrever a minha perspectiva filosófica, perante certos acontecimentos, não só da minha vida mas, da vida em si mesmo, extensivo á inevitável “morte”.

- “A morte?” – interrogar-se-ão os leitores! - “Sim… a morte porque, efectivamente, só morre quem está vivo”! A não ser - figurativamente falando - aqueles que vivem “como mortos” ou… “meios mortos” de espírito.
O facto é que, queiramos ou não…todos nós, grandes e pequenos, ricos e pobres, brancos e morenos, nascemos para viver; vivemos, para morrer; e, morremos para isso mesmo! Ficar morto…não “piar”! Nem “xúz…nem búz”! Finou-se…não chateia mais!

Quanto a mim, no que me foi e é ainda, dado observar no decorrer dos anos, perante as mais caricatas situações, nos mais variados e difíceis momentos da minha vida - e, acredite o leitor que não foram poucos - alguns com ameaça de morte – daí, o título do meu 1º livro, “palavras de um defunto, antes de o ser - cheguei á conclusão que, a melhor forma de enfrentar qualquer situação por mais difícil que a mesma possa ser, é adoptar uma atitude positiva, sem medo, enfrentando “o touro de frente” pegando-lhe pelos cornos! E, francamente falando, estou convencido que, se assim fizermos todos,  poderemos vir a constatar que se poderá tornar muito mais fácil, mesmo perante a “fatal partida”.

Como exemplo…”imaginem os leitores que, um cão grande – de 4 patas e não de 2 – corre na vossa direcção, ladrando ameaçadoramente…na aparente iminência de um ataque!
 
Solução? Fugir? - Erro grave…porque – factos são factos - entre outros factores, o cão corre muito mais que o ser humano e, como tal, será um convite a um ataque mais que certo, agarrado pelas costas. 
 
Por outro lado, se cada um de nós - numa situação similar - mostrar coragem e reagir aos latidos do cão, com gestos e voz autoritária, numa aparente atitude de ataque ao próprio cão, quase que lhes posso garantir que o animal “pensará” (?) duas vezes e, em vez de atacar, poderá vir a recuar, num instinto de defesa, em face do perigo inesperado e iminente.   

Voltando atrás e, conforme ia dizendo, pelo que tenho observado, muitas pessoas preocupam-se com coisas que não têm solução, quando deveriam dedicar toda a sua energia em resolver as situações que, realmente têm solução. Quanto a mim, será pura perca de tempo tentar arranjar” o que não tem arranjo, tentar “emendar o que não tem emenda, além de ser um desgaste “físico-mental”, prejudicial á própria saúde, ao tentar “remediar o irremediável. E, obviamente, no conjunto de algumas destas situações irremediáveis, sem solução alguma, encontra-se a “mestra de todos”!

A “puta da morte!”!

Deste modo, perante esta irrefutável realidade, não há nada melhor a fazer – na minha modesta opinião - do que, tentar estar preparado para a “abraçar” quando ela bater á porta. Aqui, tanto o “atingido como a atingida”, bem como respectivos familiares - mulher, marido, filhos, filhas e demais parentescos – se estiverem preparados…irão notar que, por muito difícil que possa aparentar ser, tudo se vai tornar mais fácil. E, francamente falando, porque é que havia ou há-de ser de outra forma?

 Acaso é algo que nós todos não estejamos á espera?

Vejamos uma comparação, por muito ridícula possa ser: - Não é certo que, quando faz a sua declaração de impostos, na maioria dos casos fica á espera do “refundo”? Não é certo que, mais dia mesmo dia, se espera receber uma carta do IRS com um cheque ou, nos tempos modernos, um depósito directo?

Finalmente, quando o esperado cheque aparece na caixa do correio, não se estranha a sua chegada porque, pura e simplesmente, o mesmo era esperado! Quando muito, o que se poderá vir a estranhar é, se acaso vem com os números trocados “contra nós” porque, se vier com mais do que era esperado…é só alegria.

 

Portanto, tal como não se estranhará a chegada do “cheque” – era esperado, porquê estranhar? – também não  deverá  estranhar-se  a  chegada da famigerada “morte”, pela simples razão que, efectivamente, a sua chegada deverá ser considerada como muito mais “uma certeza” que a chegada do cheque do IRS. A diferença estará na “incerteza” de quando vai chegar. Mas que chega…chega e, disso, ninguém tenha a menor dúvida! G A R A N T I D O!

Quanto ao cheque…pois, dependendo das circunstâncias, por vezes recebemos uma surpresa pela demora ou pelos números!

 Até diria mais!

 Quanto á “morte”, em certas circunstâncias a “sua” chegada até deveria ser celebrada se, por exemplo, quem parte já tem uma certa idade e, “ela” chegou sem aviso, com a sua mão “benévola” (?) de unhas aguçadas, pega suavemente na pessoa atingida - sem a fazer sofrer com as unhas - e parte dali com ela sem dizer “xúz nem búz”, como se tivesse sido uma morte santa!

Então, se poderá ser uma “morte santa”…porque não “celebrar”?

Que aconteceria se, ao contrário, ”o seleccionado ou seleccionada” ficasse semanas, meses ou anos…”a apodrecer num leito de uma cama ou numa cadeira de rodas”, á espera que “A PUTA” se dignasse a passar ali pela sua porta?

O óbvio é óbvio e, como tal…fico por aqui. Tudo o mais que, houver sobre este ponto, faz parte do livro de poesia intitulado “As 4 Cores da Minha Poesia”. E, para demonstrar a minha “amizade” para com esta “venerável e inevitável figura”, apresento o verso seguinte, ilustrativo do meu modo de a encarar!

Reparem na “Puta” armada até aos dentes!
*
SEM MEDO
(Por: Mário Tito)
Quero morrer de manhã cedo
Antes que a morte possa vir
Não, porque dela eu tenha medo
Mas… para dela eu me rir!
- Ah, ah, ah, ah!

Por outro lado, noutra perspectiva, os dois versos seguintes, são “um espelho fiel” do que me foi dado concluir no decorrer dos anos – e já lá vão 68, going-on 70 – pela minha experiência de “convivência” no dia-a-dia, no seio da nossa comunidade, desde Portugal, África, Luxemburgo, e EUA.

Deste modo, se no primeiro tema acima, sou adepto de encorajamento para se enfrentarem situações difíceis, não só para bem de nós próprios mas, também dos nossos familiares, no segundo tema, a coisa complica-se mais porque… não estando na
minha mão qualquer emenda correctiva, só me resta lamentar que assim seja.

De que falo eu?

Bem… creio que o melhor é ir directamente “ao grão”, apresentando os dois versos relacionados com o tema pretendido. É triste mas, por experiência própria, é simplesmente a pura realidade, na minha opinião, formada “pelos calos da minha experiencia
Vamos aos versos em questão!

 
PERCEPÇÃO
(Por Mário Tito)
I
Avarentos e invejosos
Arrogantes e gananciosos
Que eu saiba, há-os por todo o lado
Alguns, já assim nasceram
Outros, com o tempo, se fizeram
Mas, com todos, há que ter cuidado!
II
Por isso…
Não quero gastar saliva
Com cérebros de serradura
De tristeza, vai-se-me a vida
Com tanta falta de cultura!

*
Seguidamente, apresento mais dois versos que tive a oportunidade de ler há longos anos, dos quais gosto imenso e, por isso, ainda hoje recordo. Confesso que, não são da minha autoria e, como tal, não pretendo “violar” os direitos do autor dos mesmos. Que fique bem claro que, a divulgação dos mesmos aqui neste livreto, só tem como intenção primária, o dar a conhecer tais versos a quem ainda não os conhece, para que não caiam no esquecimento. E, tratando-se de versos de amor, nada mais que o símbolo de uma rosa, para os introduzir. Á falta dela, vai o texto em cor-de-rosa.

(De autor desconhecido)
I
Cor-de-rosa, é amor
Foi escrito ao luar
As estrelas me disseram
Quer lindo é, saber amar!
II
Quem me dera ser a água
Da fonte sempre a correr
Para beijar teus lábios
Quando tu, lá fosses beber!
*
Honra seja feita ao autor ou autora!

Seguidamente, ofereço-lhes a oportunidade de lerem alguns poemas da minha autoria, sobre os quais – aqui e ali – terei que fazer uma pequena referência sobre a razão para a existência de cada um dos mesmos, procurando, com isso, “dar vida e razão de ser” ao poema que acaso seja alvo dessa referência.

Gostava ainda de dizer que, este “livreto” é somente um “aperitivo” descritivo do meu trabalho relacionado com este tema – POESIA – porque, na verdade, tenho em “marinada” uma série de poemas, sobre os mais variados tópicos, incluindo - mas não só - alguns que requerem “precaução e mente aberta”, pelo conteúdo “adulto” dos mesmos.

E, por acreditar já ser do conhecimento de alguns dos leitores, convido-os a lerem o meu 1º livro – “palavras de um defunto, antes de o ser” já á venda em Portugal, na rede de livrarias da prestigiada editora do “Chiado”, cujo lançamento oficial foi feito em Outubro passado, em Lisboa.

Qualquer interesse da vossa parte, na aquisição do livro, poderão contactar directamente a minha pessoa através do correio electrónico ou nº de telemóvel, providenciado no final deste livreto, bem como através do jornal Luso-americano, em cuja livraria o mesmo se encontra á venda, ou visitar o blogue “O QUE ESCREVO EU”, através do link seguinte: http://teclafunhos.blogspot.com. Ali encontrarão texto parcial de apresentação do livro, bem como informação relacionada “como pagar”. 

Em referência ao conteúdo do livro, tenho que dizer que se trata de um livro “complexo” que, de modo algum, poderá ser considerado um relato pessoal da minha vida porque, além de eu ser um “zé-ninguém” que, se a tal me atrevesse, correria o risco de cair no ridículo, perante a pobreza que tal atrevimento iria “deixar ao léu”, o facto é que, com os meus 68 anos de idade e uma vivência cheia de peripécias, com episódios de vária índole – alguns deles de estilo “aventureiro” - com cerca de 15 anos em África, onde passei o “bom, o mau, o péssimo e o extremamente péssimo”, de modo algum se poderia descrever tudo – tintim-por-tintim – num só livro, considerando que o mesmo só tem pouco mais de 500 páginas similares às deste livreto. Para tal, talvez fossem necessário um livro de dez mil páginas ou mais.

Dito isto, faço sinceros votos para que as linhas deste livreto lhe possam proporcionar alguns bons e agradáveis momentos, disfrutando o “profundo sentimento” incutido nalguns dos poemas aqui descritos, a começar por um inspirado numa queda amorosa” tida por uma garota da minha aldeia, quando eu era mais garoto.

Espero que gostem.
*
AMOR INCONFESSADO
(Por: Mário Tito)
I
Quando via aquela garota
Marota
De olhar traquina
Que me cegava, por tão rabina
Seu olhar… “quase me chamava”
De pele trigueira e morena
De tamanho, era pequena
Mas, grande brilho nos olhos
Profundos e negros
Como a cor de seus cabelos
Voando no ar, ao vento
Todo o tempo
Enquanto, meu coração
Saltitando, sofrendo
Batendo
Apressadamente
Fervente
Para, meus olhos regalar
Tentando, avidamente
Sempre...
Para, com “ela” me encontrar!
II
Mas, chegado o momento
Estivesse, como estivesse o tempo
Falho de ideias e de palavras
Quando tentava eu falar
Ao, com ela me cruzar
Com minha face ardente
Muito quente
De repente
Sem saber bem o porquê…
Deixando-me assim
A “sua mercê”
Ela, desviando-se
Sorrindo, sorrateira
E de que maneira
Esguia
Como uma enguia
Furtiva, mas muito bela!
De que beleza era a dela (?)
Fugindo do meu alcance
Pondo duvidas, assim
Ao meu “solo” romance
Que eu sonhava em fantasia
Vinte e quatro horas, talvez, por dia
Nela, sempre a pensar
Que sim
Que era ela
Aquela
Com quem eu queria casar!
III
Fosse ela o que fosse, mas que fosse ela!
Porque, se só fosse uma miragem
Eu, não iria ter coragem
De poder vir a perdê-la
Quão importante era vê-la
A ela, morena
Pequena
Alegre como a alegria
Galante
E, muito radiante!
Quase como a luz do Sol
Aquela que eu queria
Noite e dia
Que fosse minha eterna amante
Aquela que eu precisava de ter
Que…
Tal, como a luz do Sol,
Cega
Mas precisa-se dela
Para se viver!
IV
Que fosse ela
Aquela
De caminhar airoso
Com “bamboleio” jocoso
Diria até, um tanto ou quanto vaidoso
Talvez, por saber que bela era
E que, “outros” como eu
Estavam à espera
Do “seu sim”, vir receber
E, eu, assim sem saber
Sonhando, mesmo acordado
Por um amor inconfessado
Parti p’rá vida, p’ra qualquer lado
Outras paragens, outro destino
Deixando a “terra-berço de menino”
Perdendo-a a ela e, outras coisas mais
Para jamais
Voltar a vê-la nos arraiais
Daqueles que, como tantos tais
De festas da terra, quando pequenino!
V
E, quer de noite quer de dia
Desde então, nunca a esqueci
Mas, como nunca mais a vi
Jà com o destino traçado
Virei-me pra outro lado
Encontrei outra companheira
Que amo, á minha maneira
Á qual, sempre quis e quererei
Mas que, sem saber o que fazer
Não querendo “fazê-la” sofrer
Dela, sempre escondi
O amor que, pela outra
Um dia senti!
***
Seguidamente, como irão notar, os poemas seguintes são uma espécie de complemento o anterior porque, uma sequência de pensamentos e episódios, assim os motivaram.

***
CONFESSO
Por: Mário Tito)
 I
Por detrás deste Poema
Está uma linda pequena
Que um dia, impactou meu coração
E que, desde então
Como nunca mais a vi
Tentei, mas nunca a esqueci
E… por não ser “uma” qualquer
De outro, hoje é mulher!
II
É pois, com todo o respeito
Sem um mínimo de despeito
Que confesso o meu sentimento
Cujo qual, nunca antes confessei
Dizendo, aos quatro sopros do vento
Aquilo que me vai por dentro
Que sim...um dia eu a amei!
III
Confesso aqui e agora
Que esta “paixão” de outrora
Me seguiu e segue todavia
Na penumbra da noite
Ou, à luz do dia
Sonhando com ela…
Mesmo que...em fantasia!
IV
Motivo deste poema
O ter amado tanto esta pequena
Que perdi lá, num longe dia
Nem sei...que idade eu teria
Só sei que já lá vai muito tempo
E, cada dia, cada momento
Pensando, pensando que...
Ela podia ter sido minha!
***
GARÔTA DO ALCAIDE
(Por Mário Tito)
I
Do Alcaide era a pequena
Sua voz tenra e amena
Transbordando de alegria
Correndo, saltitando, quase todo o dia
Por caminhos e veredas
Encosta acima encosta abaixo
Chapinhando a água d’algum riacho
Que, acaso, o caminho cruzasse
De traquina, que ela era!
E...de repente
Sem se estar á espera
Ao cruzar-se com algum rapaz
Deitava um olhar, de nada fugaz
Como que, “chispas” de amor para dar
É que dela, tudo era de esperar!
II
Um “sim” (?) espontâneo que, por certo
Se veria a confirmar, ser incerto
A todo aquele que acreditasse
Que, uma tão linda donzela
Havendo poucas como ela
Era fácil de conquistar!
Tão rebelde, que ela era
Eu, e outros à sua espera
No vazio e na incerteza
Vingando-se com sua beleza
De meu coração atormentado
Que pobre de mim e “dele”, coitado
Que em silêncio sofria
Tanto de noite como de dia
Nela sempre a pensar!
IV
Do Alcaide era ela
Aquela linda donzela
Que, não sei bem o que ela tinha
Ao encher meu coração
De uma falsa ilusão
Que… na incerteza me mantinha
Pensando eu, sempre pensado
Acordado ou mesmo sonhando
Que…o melhor seria resignar
Para não continuar a querer
Iludido e a sofrer
Porque, o meu coração
Não aguentaria a desilusão
Se ela, um dia, não fosse minha!
***
PENSANDO, PENSEI
(Por: Mário Tito)
I
Se ela pensasse como eu
Teria um igual pensamento
O amor dela seria meu
E, o meu dela, cada momento!
II
Pensando, pensei também
O que pensar quando penso
Se, hei-de pensar sempre bem
Ou pensar coisas sem senso!
III
Sem senso, pensei não pensar
Pro pensamento… senso ter
Pensando bem., e não ao calhar
Para, o que pensar, possa ser!
IV
E, ao pensar assim pensei
Não pensar mais no passado
Não pensado nela, por pensar
Que, com ela, outro esta casado!
***
O poema seguinte, foi inspirado numa “atracção-física” tida por uma “bajuda” (*) africana, quando eu prestava serviço na messe de oficiais da Força Aérea Portuguesa, em Bissau, (África) durante “guerra” de descolonização”.

Ela era linda como o Sol e, por isso, decidi fazer este poema em sua homenagem, como recompensa dos bons momentos que despertou no meu coração - dando-lhe vida física com a sua presença – apesar de, na ocasião, namorar a mulher que amo e amarei, com a qual estou casado desde de 1969.

Coisas que acontecem na vida de "seres humanos", principalmente quando se encontram sós, longe de seus familiares e dos que lhes são mais queridos. Ali, não faltou á regra...apesar de - na verdade - não ter passado de uma "ilusão" porque, efectivamente, não passou além de uma atracção física, sem consequencias de qualquer contacto intimo.  

Mas, tenho que confessar que, a presença da tal “bajuda” ofuscava os meus pensamentos…embora, a realidade foi…que nunca nada fisicamente aconteceu, como a leitura do poema assim demonstra.

(*) “Bajuda” – em crioulo da Guiné, significa garota em português.

                  ROSA,
A “BAJUDA” DA MARMITA
(Por: Mário Tito)
I
Por detrás deste poema
Está uma linda morena,
Cuja elegância me seduzia
Dentes como “pérolas” de marfim
Causavam um impacto em mim
 Tanto á noite, como de dia!
II
De “ebónica” pele, que reluzia
Cintilando ao Sol, durante o dia
Era tudo, aquilo que eu queria
A cada momento de fantasia.
O corpo dela, que eu só via!
III
Rosa, a bajuda da marmita
De melancólico olhar, mas bonita
Sorrindo amplamente, sem fazer fita
Elegante, desenvolta, toda catita
Como era linda, a bajuda da marmita!
IV
Às horas do almoço ou do jantar
Lá vinha ela, elegantemente a caminhar
De marmita na mão, para nela carregar
O sustento de alguém, que estava a esperar
Que ela voltasse, sem muito tardar!
V
Era linda, a bajuda – Rosa - de nome seu
Seu corpo esbelto, queria que fosse meu
Sempre alegre…até que, um dia sucedeu
Não querendo dizer o que lhe aconteceu
Ela, chorando, um beijo na face me deu!
VI
Foi só isso e nada mais...
Não apareceu jamais!
VII
Até que, nove meses ou oito e meio
Um “mulatinho” ao mundo veio
E, não sendo meu, um tal anseio…
Que, quisera eu, estar pelo meio
Mas era tarde, para tal devaneio!
VIII
Tive pena dela - a “bajuda” - a tremer
Que, quiçá, sem ela querer
A seu “amo”, teve que se submeter
Por medo, ou algo que não quisera dizer
Mas, fosse o que fosse, teve que ser!
IX
Eu, era eu… o cabo da Messe!
Ela, era ela… Rosa, a “bajuda” da marmita!
 
Fim da 1ª parte...
 
Continua numa próxima...

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