MIGALHAS
DE POESIA!
(1ª parte)
Prezados leitores:
Estas linhas, fazem
parte de um livreto de poesia, recentemente escrito na intenção de o oferecer a
todos os leitores que comprassem um exemplar do meu 1º livro intitulado "palavras
de um defunto, antes de o ser", numa promoção levada a cabo numa
colectividade da nossa comunidade. Mais precisamente no Virgínia Portuguese Community Center, de Manassas.
Posteriormente,
decidi publicar aqui no “NOSSO BLOGUE”, para dar a conhecer ao maior nº de
pessoas possível, na certeza que o mesmo lhes "aguçará" a curiosidade
sobre o conteúdo do referido livro que, conforme já referi noutra mensagem, é
composto por 544 páginas com vários episódios cheios de picardia e humor a não
perder de lerem. E, se algum dos leitores desejar adquirir um exemplar,
ser-lhe-á enviado por correio, sem custo adicional de selo. Para tal, bastará
enviarem o vosso endereço, através do meu correio electrónico…”mariotitodoalcaide@gmail.com”
Continuando com o texto o no livreto…”começo por introduzir três
versos que, quanto a mim, poderão servir de “guia” para descrever a minha
perspectiva filosófica, perante certos acontecimentos, não só da minha vida
mas, da vida em si mesmo, extensivo á inevitável “morte”. - “A morte?” – interrogar-se-ão os leitores! - “Sim… a morte porque, efectivamente, só morre quem está vivo”! A não ser - figurativamente falando - aqueles que vivem “como mortos” ou… “meios mortos” de espírito.
O
facto é que, queiramos ou não…todos nós, grandes e pequenos, ricos e pobres,
brancos e morenos, nascemos para viver;
vivemos, para morrer; e, morremos para isso mesmo! Ficar morto…não “piar”! Nem
“xúz…nem búz”! Finou-se…não chateia mais!
Quanto
a mim, no que me foi e é ainda, dado observar no decorrer dos anos, perante as
mais caricatas situações, nos mais variados e difíceis momentos da minha vida -
e, acredite o leitor que não foram poucos - alguns com ameaça de morte – daí, o
título do meu 1º livro, “palavras de um
defunto, antes de o ser” - cheguei
á conclusão que, a melhor forma de enfrentar qualquer situação por mais difícil
que a mesma possa ser, é adoptar uma atitude positiva, sem medo, enfrentando “o touro de frente” pegando-lhe pelos
cornos! E, francamente falando, estou convencido que, se assim fizermos todos, poderemos vir a constatar que se poderá tornar
muito mais fácil, mesmo perante a “fatal
partida”.
Como
exemplo…”imaginem os leitores que, um cão grande – de 4 patas e não de 2 –
corre na vossa direcção, ladrando ameaçadoramente…na aparente iminência de um
ataque!
– Solução? Fugir? - Erro grave…porque – factos são factos - entre outros
factores, o cão corre muito mais que o ser humano e, como tal, será um convite
a um ataque mais que certo, agarrado pelas costas.
Por
outro lado, se cada um de nós - numa situação similar - mostrar coragem e
reagir aos latidos do cão, com gestos e voz autoritária, numa aparente atitude
de ataque ao próprio cão, quase que lhes posso garantir que o animal “pensará”
(?) duas vezes e, em vez de atacar, poderá vir a recuar, num instinto de
defesa, em face do perigo inesperado e iminente.
Voltando
atrás e, conforme ia dizendo, pelo que tenho observado, muitas pessoas
preocupam-se com coisas que não têm solução, quando deveriam dedicar toda a sua
energia em resolver as situações que, realmente têm solução. Quanto a mim, será
pura perca de tempo tentar “arranjar” o que não tem arranjo, tentar
“emendar” o que não tem emenda, além de ser um desgaste “físico-mental”, prejudicial á própria
saúde, ao tentar “remediar” o irremediável. E, obviamente, no
conjunto de algumas destas situações irremediáveis, sem
solução alguma, encontra-se a “mestra de todos”!
A “puta da morte!”!
Deste
modo, perante esta irrefutável realidade, não há nada melhor a fazer – na minha
modesta opinião - do que, tentar estar preparado para a “abraçar” quando ela bater á porta. Aqui, tanto o “atingido como a atingida”, bem como
respectivos familiares - mulher, marido, filhos, filhas e demais parentescos –
se estiverem preparados…irão notar que, por muito difícil que possa aparentar
ser, tudo se vai tornar mais fácil. E, francamente falando, porque é que havia
ou há-de ser de outra forma?
Acaso é algo que nós todos não estejamos á
espera?
Vejamos
uma comparação, por muito ridícula possa ser: - Não é certo que, quando faz a
sua declaração de impostos, na maioria dos casos fica á espera do “refundo”?
Não é certo que, mais dia mesmo dia, se espera receber uma carta do IRS com um
cheque ou, nos tempos modernos, um depósito directo?
Finalmente,
quando o esperado cheque aparece na caixa do correio, não se estranha a sua
chegada porque, pura e simplesmente, o mesmo era esperado! Quando muito, o que
se poderá vir a estranhar é, se acaso vem com os números trocados “contra nós”
porque, se vier com mais do que era esperado…é só alegria.
Portanto,
tal como não se estranhará a chegada do
“cheque” – era esperado, porquê
estranhar? – também não deverá estranhar-se
a chegada da famigerada “morte”, pela simples razão que,
efectivamente, a sua chegada
deverá ser considerada como muito mais “uma
certeza” que a chegada do cheque do IRS. A diferença estará na “incerteza”
de quando vai chegar. Mas que chega…chega e, disso, ninguém tenha a menor
dúvida! G A R A N T I D O!
Quanto
ao cheque…pois, dependendo das circunstâncias, por vezes recebemos uma surpresa
pela demora ou pelos números!
Então, se poderá ser uma “morte
santa”…porque não “celebrar”?
Que
aconteceria se, ao contrário, ”o
seleccionado ou seleccionada” ficasse semanas, meses ou anos…”a apodrecer num leito de uma cama ou numa
cadeira de rodas”, á espera que “A PUTA” se dignasse a passar ali pela sua
porta?
O óbvio é óbvio e, como tal…fico por aqui. Tudo o mais que, houver
sobre este ponto, faz parte do livro de poesia intitulado “As 4 Cores da Minha
Poesia”. E, para demonstrar a minha “amizade”
para com esta “venerável e inevitável
figura”, apresento o verso seguinte, ilustrativo do meu modo de a encarar!
*
SEM MEDO
(Por: Mário Tito)
Quero morrer de manhã
cedo
Antes que a morte
possa vir
Não, porque dela eu
tenha medo
Mas… para dela eu me
rir!
- Ah, ah, ah, ah!
Por
outro lado, noutra perspectiva, os dois versos seguintes, são “um espelho fiel” do que me foi dado
concluir no decorrer dos anos – e já lá vão 68, going-on 70 – pela minha
experiência de “convivência” no dia-a-dia, no seio da nossa comunidade, desde
Portugal, África, Luxemburgo, e EUA.
Deste
modo, se no primeiro tema acima, sou adepto de encorajamento para se enfrentarem situações difíceis, não só para
bem de nós próprios mas, também dos nossos familiares, no segundo tema, a coisa
complica-se mais porque… não estando na
minha
mão qualquer emenda correctiva, só me resta lamentar que assim seja.
De que falo eu?
Bem…
creio que o melhor é ir directamente “ao grão”, apresentando os dois versos
relacionados com o tema pretendido. É triste mas, por experiência própria, é
simplesmente a pura realidade, na minha opinião, formada “pelos calos da minha experiencia”
Vamos aos versos em questão!
PERCEPÇÃO
(Por
Mário Tito)
I
Avarentos e invejosos
Arrogantes e gananciosos
Que eu saiba, há-os por todo o lado
Alguns, já assim nasceram
Outros, com o tempo, se fizeram
Mas, com todos, há que ter cuidado!
II
Por isso…
Não quero gastar saliva
Com cérebros de serradura
De tristeza, vai-se-me a vida
Com tanta falta de cultura!
*
Seguidamente,
apresento mais dois versos que tive a oportunidade de ler há longos anos, dos
quais gosto imenso e, por isso, ainda hoje recordo. Confesso que, não são da minha autoria e, como tal,
não pretendo “violar” os direitos do autor dos mesmos. Que fique bem claro que,
a divulgação dos mesmos aqui neste livreto, só tem como intenção primária, o
dar a conhecer tais versos a quem ainda não os conhece, para que não caiam no
esquecimento. E,
tratando-se de versos de amor, nada mais que o símbolo de uma rosa, para os
introduzir. Á falta dela, vai o texto em cor-de-rosa.
(De autor
desconhecido)
I
Cor-de-rosa,
é amor
Foi escrito
ao luar
As estrelas
me disseram
Quer lindo
é, saber amar!
II
Quem me dera
ser a água
Da fonte
sempre a correr
Para beijar
teus lábios
Quando tu,
lá fosses beber!
*
Honra seja feita ao autor ou autora!
Seguidamente,
ofereço-lhes a oportunidade de lerem alguns poemas da minha autoria, sobre os
quais – aqui e ali – terei que fazer
uma pequena
referência sobre a razão para a existência de cada um dos mesmos, procurando,
com isso, “dar vida e razão de ser”
ao poema que acaso seja alvo dessa referência.
Gostava
ainda de dizer que, este “livreto” é somente um “aperitivo” descritivo do meu
trabalho relacionado com este tema – POESIA – porque, na verdade, tenho em
“marinada” uma série de poemas, sobre os mais variados tópicos, incluindo - mas
não só - alguns que requerem “precaução
e mente aberta”, pelo conteúdo “adulto” dos mesmos.
E,
por acreditar já ser do conhecimento de alguns dos leitores, convido-os a lerem
o meu 1º livro – “palavras de um
defunto, antes de o ser” já á venda em Portugal, na rede de livrarias da
prestigiada editora do “Chiado”, cujo lançamento oficial foi feito em Outubro
passado, em Lisboa.
Qualquer
interesse da vossa parte, na aquisição do livro, poderão contactar directamente
a minha pessoa através do correio electrónico ou nº de telemóvel, providenciado
no final deste livreto, bem como através do jornal Luso-americano, em cuja
livraria o mesmo se encontra á venda, ou visitar o blogue “O QUE ESCREVO EU”, através
do link seguinte: http://teclafunhos.blogspot.com. Ali encontrarão texto parcial de apresentação do livro, bem como
informação relacionada “como pagar”.
Em
referência ao conteúdo do livro, tenho que dizer que se trata de um livro
“complexo” que, de modo algum, poderá ser considerado um relato pessoal da minha vida porque, além
de eu ser um “zé-ninguém” que, se a
tal me atrevesse, correria o risco de cair no ridículo, perante a pobreza que
tal atrevimento iria “deixar ao léu”,
o facto é que, com os meus 68 anos de idade e uma vivência cheia de peripécias,
com episódios de vária índole – alguns deles de estilo “aventureiro” - com cerca de 15 anos em África, onde passei o “bom, o mau, o péssimo e o extremamente
péssimo”, de modo algum se poderia descrever tudo – tintim-por-tintim – num só livro, considerando que o mesmo só tem
pouco mais de 500 páginas similares às deste livreto. Para tal, talvez fossem
necessário um livro de dez mil páginas ou mais.
Dito
isto, faço sinceros votos para que as linhas deste livreto lhe possam
proporcionar alguns bons e agradáveis momentos, disfrutando o “profundo sentimento” incutido nalguns
dos poemas aqui descritos, a começar por um inspirado numa “queda amorosa” tida
por uma garota da minha aldeia, quando eu era mais garoto.
Espero que gostem.
*
AMOR INCONFESSADO
(Por: Mário Tito)
I
Quando via aquela garota
Marota
De olhar traquina
Que me cegava, por tão rabina
Seu olhar… “quase me chamava”
De pele trigueira e morena
De tamanho, era pequena
Mas, grande brilho nos olhos
Profundos e negros
Como a cor de seus cabelos
Voando no ar, ao vento
Todo o tempo
Enquanto, meu coração
Saltitando, sofrendo
Batendo
Apressadamente
Fervente
Para, meus olhos regalar
Tentando, avidamente
Sempre...
Para, com “ela” me encontrar!
II
Mas, chegado o momento
Estivesse, como estivesse o tempo
Falho de ideias e de palavras
Quando tentava eu falar
Ao, com ela me cruzar
Com minha face ardente
Muito quente
De repente
Sem saber bem o porquê…
Deixando-me assim
A “sua mercê”
Ela, desviando-se
Sorrindo, sorrateira
E de que maneira
Esguia
Como uma enguia
Furtiva, mas muito bela!
De que beleza era a dela (?)
Fugindo do meu alcance
Pondo duvidas, assim
Ao meu “solo” romance
Que eu sonhava em fantasia
Vinte e quatro horas, talvez, por dia
Nela, sempre a pensar
Que sim
Que era ela
Aquela
Com quem eu queria casar!
III
Fosse ela o que fosse, mas que fosse ela!
Porque, se só fosse uma miragem
Eu, não iria ter coragem
De poder vir a perdê-la
Quão importante era vê-la
A ela, morena
Pequena
Alegre como a alegria
Galante
E, muito radiante!
Quase como a luz do Sol
Aquela que eu queria
Noite e dia
Que fosse minha eterna amante
Aquela que eu precisava de ter
Que…
Tal, como a luz do Sol,
Cega
Mas precisa-se dela
Para se viver!
IV
Que fosse ela
Aquela
De caminhar airoso
Com “bamboleio” jocoso
Diria até, um tanto ou quanto vaidoso
Talvez, por saber que bela era
E que, “outros” como eu
Estavam à espera
Do “seu sim”, vir receber
E, eu, assim sem saber
Sonhando, mesmo acordado
Por um amor inconfessado
Parti p’rá vida, p’ra qualquer lado
Outras paragens, outro destino
Deixando a “terra-berço de menino”
Perdendo-a a ela e, outras coisas mais
Para jamais
Voltar a vê-la nos arraiais
Daqueles que, como tantos tais
De festas da terra, quando pequenino!
V
E, quer de noite quer de dia
Desde então, nunca a esqueci
Mas, como nunca mais a vi
Jà com o destino traçado
Virei-me pra outro lado
Encontrei outra companheira
Que amo, á minha maneira
Á qual, sempre quis e quererei
Mas que, sem saber o que fazer
Não querendo “fazê-la” sofrer
Dela, sempre escondi
O amor que, pela outra
Um dia senti!
***
Seguidamente, como irão
notar, os poemas seguintes são uma espécie de complemento o anterior porque,
uma sequência de pensamentos e episódios, assim os motivaram.
***
CONFESSO
Por: Mário Tito)
I
Por detrás deste Poema
Está uma linda pequena
Que um dia, impactou meu coração
E que, desde então
Como nunca mais a vi
Tentei, mas nunca a esqueci
E… por não ser “uma” qualquer
De outro, hoje é mulher!
II
É pois, com todo o respeito
Sem um mínimo de despeito
Que confesso o meu sentimento
Cujo qual, nunca antes confessei
Dizendo, aos quatro sopros do vento
Aquilo que me vai por dentro
Que sim...um dia eu a amei!
III
Confesso aqui e agora
Que esta “paixão” de outrora
Me seguiu e segue todavia
Na penumbra da noite
Ou, à luz do dia
Sonhando com ela…
Mesmo que...em fantasia!
IV
Motivo deste poema
O ter amado tanto esta pequena
Que perdi lá, num longe dia
Nem sei...que idade eu teria
Só sei que já lá vai muito tempo
E, cada dia, cada momento
Pensando, pensando que...
Ela podia ter sido minha!
***
GARÔTA DO ALCAIDE
(Por Mário Tito)
I
Do Alcaide era a pequena
Sua voz tenra e amena
Transbordando de alegria
Correndo, saltitando, quase todo o dia
Por caminhos e veredas
Encosta acima encosta abaixo
Chapinhando a água d’algum riacho
Que, acaso, o caminho cruzasse
De traquina, que ela era!
E...de repente
Sem se estar á espera
Ao cruzar-se com algum rapaz
Deitava um olhar, de nada fugaz
Como que, “chispas” de amor para dar
É que dela, tudo era de esperar!
II
Um “sim” (?) espontâneo que, por certo
Se veria a confirmar, ser incerto
A todo aquele que acreditasse
Que, uma tão linda donzela
Havendo poucas como ela
Era fácil de conquistar!
Tão rebelde, que ela era
Eu, e outros à sua espera
No vazio e na incerteza
Vingando-se com sua beleza
De meu coração atormentado
Que pobre de mim e “dele”, coitado
Que em silêncio sofria
Tanto de noite como de dia
Nela sempre a pensar!
IV
Do Alcaide era ela
Aquela linda donzela
Que, não sei bem o que ela tinha
Ao encher meu coração
De uma falsa ilusão
Que… na incerteza me mantinha
Pensando eu, sempre pensado
Acordado ou mesmo sonhando
Que…o melhor seria resignar
Para não continuar a querer
Iludido e a sofrer
Porque, o meu coração
Não aguentaria a desilusão
Se ela, um dia, não fosse minha!
***
PENSANDO,
PENSEI
(Por: Mário
Tito)
I
Se ela
pensasse como eu
Teria um
igual pensamento
O amor dela
seria meu
E, o meu
dela, cada momento!
II
Pensando,
pensei também
O que pensar
quando penso
Se, hei-de
pensar sempre bem
Ou pensar
coisas sem senso!
III
Sem senso,
pensei não pensar
Pro
pensamento… senso ter
Pensando
bem., e não ao calhar
Para, o que
pensar, possa ser!
IV
E, ao pensar
assim pensei
Não pensar
mais no passado
Não pensado
nela, por pensar
Que, com
ela, outro esta casado!
***
O poema
seguinte, foi inspirado numa “atracção-física”
tida por uma “bajuda” (*) africana, quando eu prestava serviço na messe de
oficiais da Força Aérea Portuguesa, em Bissau, (África) durante “guerra” de
descolonização”.
Ela era linda como o Sol e, por isso, decidi fazer este poema em sua homenagem, como recompensa dos bons momentos que despertou no meu coração - dando-lhe vida física com a sua presença – apesar de, na ocasião, namorar a mulher que amo e amarei, com a qual estou casado desde de 1969.
Coisas que acontecem na vida de "seres humanos", principalmente quando se encontram sós, longe de seus familiares e dos que lhes são mais queridos. Ali, não faltou á regra...apesar de - na verdade - não ter passado de uma "ilusão" porque, efectivamente, não passou além de uma atracção física, sem consequencias de qualquer contacto intimo.
Ela era linda como o Sol e, por isso, decidi fazer este poema em sua homenagem, como recompensa dos bons momentos que despertou no meu coração - dando-lhe vida física com a sua presença – apesar de, na ocasião, namorar a mulher que amo e amarei, com a qual estou casado desde de 1969.
Coisas que acontecem na vida de "seres humanos", principalmente quando se encontram sós, longe de seus familiares e dos que lhes são mais queridos. Ali, não faltou á regra...apesar de - na verdade - não ter passado de uma "ilusão" porque, efectivamente, não passou além de uma atracção física, sem consequencias de qualquer contacto intimo.
Mas, tenho que confessar que, a presença da tal “bajuda” ofuscava os meus
pensamentos…embora, a realidade foi…que
nunca nada fisicamente aconteceu, como a leitura do poema assim demonstra.
(*) “Bajuda” – em crioulo da Guiné,
significa garota em português.
ROSA,
A “BAJUDA”
DA MARMITA
(Por: Mário
Tito)
I
Por detrás
deste poema
Está uma
linda morena,
Cuja
elegância me seduzia
Dentes como
“pérolas” de marfim
Causavam um
impacto em mim
Tanto á noite, como de dia!
II
De “ebónica”
pele, que reluzia
Cintilando
ao Sol, durante o dia
Era tudo,
aquilo que eu queria
A cada
momento de fantasia.
O corpo
dela, que eu só via!
III
Rosa, a
bajuda da marmita
De
melancólico olhar, mas bonita
Sorrindo amplamente,
sem fazer fita
Elegante,
desenvolta, toda catita
Como era
linda, a bajuda da marmita!
IV
Às horas do
almoço ou do jantar
Lá vinha
ela, elegantemente a caminhar
De marmita
na mão, para nela carregar
O sustento
de alguém, que estava a esperar
Que ela
voltasse, sem muito tardar!
V
Era linda, a
bajuda – Rosa - de nome seu
Seu corpo
esbelto, queria que fosse meu
Sempre
alegre…até que, um dia sucedeu
Não querendo
dizer o que lhe aconteceu
Ela,
chorando, um beijo na face me deu!
VI
Foi só isso
e nada mais...
Não apareceu
jamais!
VII
Até que,
nove meses ou oito e meio
Um “mulatinho” ao mundo veio
E, não sendo
meu, um tal anseio…
Que, quisera
eu, estar pelo meio
Mas era
tarde, para tal devaneio!
VIII
Tive pena
dela - a “bajuda” - a tremer
Que, quiçá, sem
ela querer
A seu “amo”,
teve que se submeter
Por medo, ou
algo que não quisera dizer
Mas, fosse o
que fosse, teve que ser!
IX
Eu, era eu…
o cabo da Messe!
Ela, era
ela… Rosa, a “bajuda” da marmita!
Fim da 1ª parte...
Continua numa próxima...
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